Cordel da historia
Do vale dos dinossauros
Poeta Raimundo Nonato
Foi em mil e oito centos
E noventa e sete, aliás,
Anísio Fausto da Silva
Procurando os animeis
Encontrou dos dinossauros
As pegadas principais
Na passagem das pedras viu
Uma trilha de grandes pegadas
No leito do rio seco
Sobre as pedras aprofundadas
Pegadas dos dinossauros
Daquelas épocas passadas
Pensou que eram pegadas
De bois sem convicção
Alarmou pra Sousa em peso
Toda nossa região
Que eram pegadas de bois
O povo disse que não
E em mil e nove centos
E vinte e quatro o primeiro
Geólogo a ouvir a história
E se interessar por inteiro
Foi Luciano Taquis
De Morais foi um mineiro
Assim que viu as pegadas
Quase que ele dava o nome
Mas falou não é de boi
De ema nem d lobisomem
Com a maquina lambe, e lambe.
Tirou fotos de renome
Enviou para o laboratório
De pesquisa na Inglaterra
Veio dos inteligentes
A resposta que não erra
Que eram dos dinossauros
As pegadas em nossa terra
E do período cretáceo
E de cento e dez milhões
De anos a traz e em estado
De perfeitas conservações
De quarenta a setenta hectares
Nessas nossas regiões
Com a peregrinação
Cientistas americanos
Recortaram duas mostras
Com intenções e bons planos
Era duma mostra pra outra
O espaço de dois anos
Foi em mil e nove centos
E vinte quatro a vez primeira
Amostra e em mil e nove
Cento foi dessa maneira
Mandaram a segunda mostra
Para uma terra estrangeira
Uma mostra foi pros estados
Unidos e outra pra França
Se fosse hoje era um crime
Ambiental com finança
Mesmo assim Sousa pra eles
Deu a total confiança
Os sítios arqueológicos
Vizinhos a Sousa são
Vinte e um sítios espalhados
Por toda essa região
E o vale hoje é pra Sousa
O espelho do sertão
Só mente na região
Mais de trezentos e trinta
Ocorrências descobertas
É bom que ninguém desminta
Sobre os fósseis encontrados
Estude aprenda e consinta
A gente encontra sinais
Rupestre e até pintura
Nos sítios arqueológicos
Com total desenvoltura
Mistura história com arte
Bota na literatura
Hoje faz parte da cultura
Protegido por concreto
Desvia a água do rio
Do peixe por meio correto
Hoje por cima das pegadas
A passarela é um teto
Por cima da passarela
Da uma boa visão
Rastro de bois e de emas
Na ótima observação
E os rastros dos dinossauros
Aprofundados no chão
São cinquenta e três pegadas
No rio e é meio estranho
E de cinquenta centímetros
Menos ou mais é o tamanho
Que cada pegada tem
De perto eu tudo acompanho
Na região de Sousa há
Outros sítios descobertos
Por Giuseppe Leonardi
Um dos paleontólogos espertos
Ele em Sousa descobriu
Estudos por melos certos
Foi em mil e nove centos
Setenta e cinco aportou
E chegou à Paraíba
E no mato ele habitou
Com informações e estudo
Muita coisa ele encontrou
E pedindo informações
Ao vaqueiro e o caçador
Buscando eventuais pistas
Descobrindo com amor
Além de paleontólogo
Giuseppe era escritor
Sempre com um companheiro
Junto a ele em seu caminho
O povo dava um cantil
De água e até um pãozinho
Mas ele buscava tudo
Com todo amor e carinho
Quando a fome apertava
Ele fazia uma mistura
Feijão com arroz mocotó
Tripa fina grossa ou dura
E relembro Robson Marques
Que é uma grande figura
Do paleontólogo Leonardi
Robson Marque era o guia
Leonard voltou pra Itália
Mas de Sousa não esquecia
Vinha uma vez por ano
Ver amigos com alegria
Quando chegava fazia
Pesquisa que representa
No serrote verde conhecido
Como a serra da pimenta
Vagar por serras e vales
Conforme o cordel comenta
Descobriu em novos sítios
Bem pertinho da cidade
As sete pegadas de
Saurópodo e é verdade
Um dinossauro que tinha
Pescoção na realidade
Descobriu quatro pegadas
De stegossauro grandão
Tinha placas ósseas nas costas
Pesa mais que um caminhão
Era do ta
manho de um ônibus
Nas estradas do sertão
A segunda trilha fica
No serrote do litreiro
As cinco pegadas de
Carnossauro verdadeiro
Em alto relevo estão
Assim diz o violeiro
Três nítidas lindas a vista
E duas danificadas
Pelas águas e adaptação
Indicam bem indicadas
São do período cretáceo
Mas estão bem conservadas
Com a barba grande grisalha
Merece o nosso elogio
O poeta Robson Marques
O chamado velho do rio
No vale dos dinossauros
Enfrentando o desafio
O parque dos dinossauros
Mais de oitenta espécies tem
A maioria carnívora
Poucas herbívoras também
Dinossauros voadores
Diz o estudo de alguém
Caçando gado perdido
Descobriram dinossauro
Saurópodos pescoção
E até o stegossauro
Os herbívoros e carnívoros
Chamado de carnossauro
No vale do rio do peixe
Está Sousa terra boa
E o vale dos dinossauros
Quem vai gosta e não enjoa
A quatro centos e trinta quilômetros
Da capital João pessoa