A vida de Assis Barbosa
Autor poeta
Raimundo nonato da Silva
Francisco Joaquim da silva
O famoso Assis Barbosa
Foi um grande sertanejo
E homem de boa prosa
Um brasileiro excelente
Que teve uma vida honrosa
Filho de Joaquim Barbosa
E de dona Conceição
Assis Barbosa nasceu
Ali no sitio pinhão
Deu tudo de si lutando
Pela sua região
Um filho de Víeirópolis
A onde ele mais viveu
Foi em mil e nove centos
E doze que ele nasceu
Dia quatro de janeiro
Sua mãe lhe concebeu
Era latifundiário
Patrão de muitos meeiros
Abrigava muita gente
Ajudou muitos roceiros
Na região foi mais um
Dos maiores fazendeiros
Trabalhava com os brejeiros
Na fazenda do bom fim
No chique e chique também
E no Paquetá em fim
Foi bom pros trabalhadores
Ninguém lhe achava ruim
A mulher de Assis Barbosa
Chamava-se de Chiquinha
Ele era o rei da casa
E ela era a rainha
Os dois eram conhecidos
Lá na região todinha
Tinham sete filhos homens
Cada um especial
Joaquim, Chico, Zé e Augusto.
Também Mazinho e Sinval
Sem esquecer doutor Joca
Que mora na capital
Tem quatro filhos formados
Cada um tem garantia
Augusto é grande analista
Zé na farmacologia
Mazinho diretor de escola
Joca na advocacia
Já Joaquim Sinval e Chico
Também possuem seus valores
São agros pecuaristas
E como bons agricultores
Puxaram ao pai trabalhando
Por serem batalhadores
As cinco filhas mulheres
Neci Maria e Creusinha
Não posso esquecer Jasmira
Pessoa de alta linha
Deixei pra falar por último
Na sua filha Tiquinha
Era irmão de Domicilia
Chiquinha Quinor e Santo
Irmão de Deca e Maria
Levando mais adiante
Tio Assis Barbosa tinha
Família por todo canto
Gostava muito de puía
Sempre contava piada
Um cidadão de verdade
Decifrador de charada
Assis Barbosa era assim
Nunca se perdeu em nada
Possuía muitos carros
Gostava de caminhão
Era criador de gado
Comprador de algodão
Seu primeiro motorista
Foi seu genro João melão
Tinha quatro chapeados
Eu ainda estou lembrado
Dindinha e Chico Camilo
E Isidoro falado
Não posso esquecer de Antônio
Filho de Cícero machado
Assis era um homem honesto
De responsabilidade
Não gostava do alheio
E porque tinha bondade
Tornou-se o patrão mais justo
Da nossa comunidade
Fazia muitos forróis
E gostava de dançar
Era animado e fazia
O povo se animar
Assis levava alegria
Chegando a qualquer lugar
Era muito brincalhão
Vivia muito feliz
Na nossa terra deixou
Muito mais de uma raiz
O povo do pinhão sente
Saudade do velho Assis
Na fazenda do bom fim
Ainda tem o casarão
A casa grande também
Ainda resta no pinhão
Quem olha pra ela sente
Saudade e recordação
Foi avô de muitos netos
Tinha bisnetos também
Muito amado por seu povo
Todos lhe queriam bem
Só porque Assis Barbosa
Era um cidadão de bem
As terras do Paraná
Da Quixaba e do madeiro
As quais hoje são dos seus filhos
Que cada um é herdeiro
E daquela região
Ele era o pioneiro
Era amigo de Zé Julho
E de Olegário Moreira
Assis Moreira e nonato
E de todos da ribeira
E da família ´Emídio
Uma família de primeira
Amigo de Zé Gadelha
Votava no seu partido
Foi bom pai para os seus filhos
Por todos era querido
Foi o chefe do pinhão
Já mais será esquecido
Era amigo de Zué
E patrão de Antônio Culhado
Amigo de Chico Romão
E de Antônio Machado
O finado Miro e Nozinho
Eu também estou lembrado
Cada um nasce e se cria
E compõe a sua historia
Assis Barbosa é um homem
Que sempre alcançou vitória
Morreu com noventa e três anos
Lúcido e com boa memória
Chegou à virilidade
Cego sem enxergar mais
Tal vês sentindo saudade
Dos tempos bons de atrás
E da casa do pinhão
Da família e dos seus pais
Mas como este mundo é triste
De dor e de agonia
Todo mundo nasce e morre
Todos partirão um dia
E morreu Assis Barbosa
Que tanto deu alegria
Morreu lá em Marizópolis
Longe da terra querida
Maria segunda mulher
Ajudou-lhe na guarida
E consolou tio Assis
Nas horas tristes da vida
Agamemnom também era
De Assis um braço forte
Na saúde e na doença
Na vida e também na morte
Estava ao lado do pai
Foi ele um grande suporte
Por ser poeta da terra
Eu também o conhecia
Fiz união com a rima
E chamei a poesia
Para descrever em versos
Uma simples cronologia
Eu falei apenas um pouco
É bom que ninguém se gabe
Da vida Assis Barbosa
Todo mundo agora sabe
Eu só não falo mais coisas
Porque o papel não cabe
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