Poeta Raimundo Nonato

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uma homenagem ao jumento

Uma homenagem ao jumento Autor poeta Raimundo Nonato da silva O jumento ainda é O transporte do sertão Pés e mãos são os pneus A cabeça a direção O rabo o freio de pé O arreio freio de mão As orelhas sem espelhos São os dois retrovisores Mesmo sem ter se formado Um dos animais doutores Advogado das bestas Também tem os seus valores Eu não maltrato animal Não esporo nem empurro Mas tem gente que espanca Dá pontapé grito e murro Inda tem burro que diz Que o burro e jumento é burro Os caçuá porta mala A cangalha acolchoado O seu cronômetro não mede Quando ele vai apreçado Guarda de transito não multa Mesmo sem ser emplacado Não tem radar que acuse Quando o jumento se avança É seguro e pode andar O idoso ou a criança Sem ter habilitação E sinto de segurança ]É o jumento do pobre Comparado com cadete Não bata no jumentinho Com chicote nem cassete E você pode andar nele ]Sem uso de capacete O seu rincho é a buzina Da cidade pra palhoça Seu combustível é capim Está no posto da roça Não maltrate o seu jumento Nem o burro de carroça Jumento tem muitos nomes Jegue jerico e gangão Asno e Luiz Gonzaga Chamado rei do baião Disse não maltrate o burro Que o jumento é seu irmão O jumento é econômico E não merece maltrato Não gasto com revisão Nem selava em lava jato E o combustível dele A gente encontra no mato Não espanque o jumentinho Peço com ele não bula Pode ser jumento velho Ou o jumento casula Se ele usar o cassetete Na égua sai burro ouT mula Quando o jumento com a égua Faz o acasalamento O filho só nasce burro Porque o pai é jumento É a égua jegue e burro Três bichos sem pensamento Do jumento sai jumento E burro conforme eu falo Cavalo e jumenta burros Cavalo e égua cavalo Burro e burra não sai nada E por aqui eu me calo Se o jumento é transporte O cambito e bagageiro Que faz o frete gratuito Sem precisar de dinheiro O jumento só não é Montaria pra vaqueiro Não gosta bem da limpeza Do jeito do urubu E anda mostrando o rabo Seja comprido ou surú Amostrando o cassetete Sem vergonha de andar nu