Poeta Raimundo Nonato

domingo, 3 de junho de 2012

Coronéis do passado

 Coronéis do passado
E do presente
Poeta Raimundo nonato da silva

Os coronéis de hoje em dia
São piores que os antigos
Os coronéis do passado
Respeitavam os inimigos
Os de hoje se aproveitam
Tem deles que não respeitam
Nem os seus próprios amigos

Os coronéis do passado
Eram ricos fazendeiros
Protegidos por jagunços
E grupos de cangaceiros
Os coronéis de hoje em dia
Só vive de covardia
São chefes politiqueiros

Hoje não temos cangaceiros
Nem bando de lampião
Para proteger os pobres
Humilhados do sertão
Nos casos cruéis e críticos
Hoje os coronéis políticos
Comanda a corrupção

O coronel do passado
Não usavam distintivo
Chapéu grande e paletó
Armado por ter motivo
Tinha medo de andar só
De gravata e paletó
O de hoje vive bem vivo

Hoje temos dois coronéis
O militar e o civil
O civil é o comum
Político do meu Brasil
Pra dizer melhor em publico
O que come o dinheiro público
E faz do pobre imbecil

Os coronéis do passado
Matava adulto e criança
Estuprava moças pobres
Porque tinha confiança
No dinheiro e nos jagunços
Que lhes davam segurança
O coronel do passado
Tinha um revolver de lado
E os coronéis de hoje
É prefeito e deputado
Porem com dinheiro público
O cafajeste anda armado

Os coronéis do passado
Tinha tudo na fazenda
Os de hoje não trabalham
São ruins de encomenda
Tão roubando a grana pura
Fazendo da prefeitura
A sua fonte de renda

Coronéis antigos tinham
Seus jagunços matadores
Hoje dos coronéis prefeitos
Jagunços vereadores
Mais uma vez digo em publico
Comendo o erário público
Roubando os trabalhadores

Os do passado brigavam
Os de hoje se afobam
No passado não roubavam
As metades dos que roubam
Esses coronéis de hoje
Passado e presente englobam

Diz o coronel de hoje
Casa e helicóptero eu alugo
Com papel higiênico me limpo
Com toalha me enxugo
O coronel do passado
Usava necessitado
Folha de mato ou sabugo

 O coronel do passado
Não era como raposa
Tinha pouca mordomia
Pra ele filhos e esposa
Mesmo sendo coronel
Não gastava com café e papel
Igual a câmara de Sousa

A cavalo os coronéis
Andavam no meu sertão
Os de hoje só querem andar
De carro e de avião
Para América e a Europa
Na Ásia china e Japão

Os coronéis do passado
Eram simples coronéis
Sem ter tratamento vip
Xeque ouro nota dez
E sem hotel cinco estrelas
Puxava cobra pros pés

No passado o coronel
Não roubava coisa cara
Ver um coronel roubando
Era uma coisa rara
O de hoje é deferente
Come o imposto da gente
E rouba a gente na cara

Os coronéis do passado
Eram homens sem idéias
Coronéis parlamentares
Nas câmaras e nas assembléias
Milhões maquinando o mal
Como abelhas nas colméias

O coronel do passado
Parecia sofredor
Não tinha acondicionado
Frigobar ventilador
Água gelado e uísque
E vivia no calor

Não subia em elevador
Nem se elevava em nada
O de hoje é deferente
Tem casa mobiliada
Piscina pra tomar banho
E banheiro na morada

Os coronéis do passado
Eram meios analfabetos
Não conhecia idioma
E nada de dialeto
Os de hoje estudados
Têm muitos que são formados
Rouba o correto incorreto

Os coronéis do passado
Num pobre dava uma pisa
Os de hoje toma o dinheiro
Calça sapato e camisa
E querem ser importantes
Piores que os de antes
De surpresa nem avisa

No passado coronel
Não estudou bem estudado
O de hoje estuda muito
Para roubar bem roubado
Hoje tem raposa e lobo
Roubam e o dono do roubo
Tem é que ficar calado

O coronel do passado
Não era muito muquirana
Só usava quatro roupas
Duas ruins duas bacanas
Alguns só tomavam banho
Quando era fim de semana

Os de hoje pintam o cabelo
Com tinta boa eu percebo
Os coronéis do passado
Carvão querosene e sebo
Deixava o bigode preto
Da cor do café que bebo

Sem ter sabonete PHEBO
Não tinha perfume nobre
Existiam dois perfumes
Fale com os velhos descobre
Um era forró de negro
E o outro rola de pobre

Nesse tempo o coronel
Não conhecia butique
Caqui era roupa de grife
Chita era roupa chique
E a bandeira nordestina
Mandacaru ou xiquexique

Só estou falando um pouco
Daquele tempo de outrora
Do coronel do passado
Para o coronel de agora
Daquele que roubou menos
Pro que rouba toda hora
 
Dois tipos de coronéis
Um do outro diferente
O do passado matava
Por ser metido a valente
Os de hoje por qualquer coisa
Já que processar a gente

O coronel do passado
Não era muito ruim
Os de hoje são piores
PERISSE falou pra mim
Um lhe ameaçou de peia
E quase lhe dava fim



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