Poeta Raimundo Nonato

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Desigualdade social

Desigualdade social
Autor poeta
Raimundo Nonato da Silva


Porem da realidade
Tem muita gente distante
Alguém que se acha rico
Por ter um cargo importante
Julga-se superior
E pisa seu semelhante

Conheço gente arrogante
Que por ser superior
Quer humilhar e cuspir
Quem tem nível inferior
Gente assim não é amada
E nem conhece o amor

O pobre é inferior
Ao homem da burguesia
Tem alguém que olha o pobre
Com gesto de zombaria
Mas a sua carne podre
A terra mastiga um dia

Tem fazendeiro que cria
Carneiro porco e bezerro
Tem casa carro e dinheiro
E diz que não cai no erro
Mas mata o pobre escondido
E depois faz o enterro

Tem alguém que aponta o erro
De alguém que está errado
Mas se um dia ficar
No lugar do condenado
Irá saber com certeza
Como é ruim ser julgado

Quem julgar vai ser julgado
Seja rico, ou seja, pobre.
No tribunal de Jesus
Testemunha não encobre
Tudo que ta em sigilo
Miguel arcanjo descobre









Tem rico que ver o pobre
Lá na rua a mendigar
Quando o pobre se aproxima
Ele manda se afastar
Nem pega na mão do pobre
Por que não quer se sujar

Eu conheço marajá
Cafajeste e maluvido
Cretino hipócrita e falso
Muito mais do que fingido
Que quer da uma de bom
E é o pior bandido

Tem homem rico exibido
Com preconceito e lambança
Que jura e massacra o pobre
Sem dar sinal de esperança
Por qualquer coisinha besta
Forja logo uma vingança

Alguém com desconfiança
Mau pensamento maquina
Junto com um outro algoz
Mais de um crime combina
Porque a traz de crescer
Mente rouba e assassina

Tem alguém que se inclina
Só para fazer maldade
Inventa o que não ouviu
Com mentira e falsidade
Tem muita gente esquecendo
Do amor e da verdade

Não a mais autoridade
A injustiça é veneno
O grande fica maior
O pequeno, mas pequeno.
Com isso a impunidade
Vai ganhando mais terreno




O grande atinge o pequeno
Chama o pobre de imundo
De pobretão maltrapilho
De mendigo e vagabundo
Quer ser tudo e nada é
E vai pro buraco fundo

Conheço mulher de rico
Muito elegante e charmosa
Abre a boca e diz que é
Católica e religiosa
Tem nojo e raiva de pobre
A diz que é caridosa

O pobre sofre de mais
Com a discriminação
Chega-se perto do rico
Para apertar sua mão
Já fica o rico pensando
Que o coitado é ladrão

Vitima da acepção
Da classe da burguesia
Fica calado e não fala
Tudo que dizer queria
Mas se faltar paciência
Vai falar mais alto um dia

Bota-se uma mercearia
Um barraco ou um mercado
A vizinhança aproxima-se
Querendo comprar fiado
Com quinze dias pra frente
Fica falido e lascado

Do jeito que o rico gosta
O pobre gosta também
Rico gosta fazenda
De mansão e armazém
O pobre quer tudo isso
E sofre porque não tem

O rico gosta também
De carro e avião
O pobrezinho só anda
De bicicleta ou gangão
Carros e moto são caros
E lhe falta condição


Rico gosta de eleição
E vota com o escorreito
Se o pobre for candidato
É vitima do preconceito
Nem a pobreza lhe apóia
E ele não sai eleito

Um governante anarquista
Só gosta da anarquia
Começou anarquizar
Em vês de ordem é folia
Moral que é bom não tem
Nem de noite nem de dia


É bom nosso país ter
Cuidado com anarquismo
O município ou estado
Busque mais o realismo
Se não o país da gente
Vai entrar no grande abismo

O país que agente mora
É subdesenvolvido
Desenvolvimento baixo
Do normal eu tenho lido
Por isso está impedido
De ficar enriquecido

O pobre não é aceito
Não ganha nem o do caldo
Até na conta do banco
Ele não acha respaldo
Porque o dinheiro é pouco
Muito menor é o saldo

Não tem direito a um caldo
De batata ou macaxeira
Se for homem não é medico
Mulher só é enfermeira
Morre e não encontra espaço
Na política brasileira

Não hasteia uma bandeira
Estuda sem se formar
E no dia que inventa
De fazer vestibular
Se passar quem não passou
Quer tomar o seu lugar

O rico bebe no bar
Ele bebe na bodega
Cospe no pé do balcão
Puxa faca pro colega
Alguém liga pra policia
Chega o camburão e pega

Se for andar escorrega
Por ter o destino ingrato
Os políticos lhe prometem
Mas não comprem com o trato
Tem direito de votar
Mas não de ser candidato

Lavar roupa e cozinhar
Isto a mulher pobre faz
Porque emprego granfino
É só para marajás
Os políticos do Brasil
São mais do que desiguais

Depois que fica quebrado
Vendo a família sofrer
Os seus filhinhos com fome
E sem nada pra comer
Têm muitos que com desgosto
Perdem o gosto de viver

Se o pobre adoecer
E for para o hospital
A enfermeira lhe grita
O doutor lhe trata mal
Até a servente chega
Querendo mete lhe o pau

O pobre passando mal
No hospital grande prédio
Alem de outras doenças
Começa aumentar o tédio
Só porque a injeção
Não é o melhor remédio

Se ele for por intermédio
De alguém há uma campanha
O povo lhe desconhece
Todo mundo lhe estranha
Inda vindo pra ganhar
Perde tudo e nada ganha


Rico gosta de lasanha
De pizza de qualidade
Biscoito podinho e bolo
Para falar a verdade
O pobre quer tudo isso
Mas só fica na vontade

A dura realidade
Possui o maior desnível
É impossível fazer
Aquilo que é possível
Aceitamos sem querer
Mas não é admissível


Nada é incorrigível
Mas ninguém quer Dar o visto
Pra suportar essas coisas
Peço força a Jesus Cristo
Pois sem a força de Deus
Eu confesso que desisto

Parece que o imprevisto
Vive perseguindo o pobre
Se ele esconde no canto
Chega alguém e lhe descobre
Não tem a felicidade
De quem nasceu pra ser nobre

Eu conheço um homem pobre
Que tem mulher prostituta
Tem um filho travesti
E uma filha que é puta
No lamaçal da favela
Fala e ninguém lhe escuta

Se a mulher do rico é puta
Alguém chama meretriz
Se o rico leva um chifre
É traído em meu país
Até pra ser corno ou quenga
Se for rico é mais feliz

O rico tem o que quis
Pobre não tem o que quer
Rico é marido e esposo
Pobre é macho e fêmia qualquer
Outros chamam amancebados
Conforme o povo quiser

Todo pobre é um qualquer
O rico tem elogio
Um dormindo no calor
Outro dormindo no frio
O grande ataca o pequeno
Que morre no desafio

Nosso Brasil ta sofrendo
Queda de capitalismo
O sistema social
Esta entrando no abismo
Mais parado do que velho
Que esta com reumatismo

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