Poeta Raimundo Nonato

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Morte vida riso e dor

Morte vida riso e dor
Autor poeta
Raimundo Nonato da Silva

Acho triste muito triste
É pesaroso de mais
Saber que um dia irei
Morar com meus ancestrais
Na cidade do alem tumulo
A onde mora os mortais

A morte leva e não traz
Do centro até o conjunto
Depois que o homem parte
Pra cidade de pés juntos
Despede-se dos viventes
Pra morar com os defuntos

São estes tristes assuntos
Que abatem minha estrutura
Se eu não fosse mais forte
Já tinha ido à loucura
Só em pensar que um dia
Vou morar na sepultura

No tumulo da amargura
Jazem mitos sepultados
Com certeza serei um
Dos tristes depositados
Na cidade onde hoje moram
Alguns meus antepassados

No jazigo reformado
Por mais que tenha conforto
O ataúde é a mala
O cemitério é o porto
Que faz a ultima parada
Do homem que está morto

Morre o direito e o torto
Morre o fraco e o forte
Preto branco rico e pobre
Feio e bonito sem sorte
Que seja grande ou pequeno
Tem que passar pela morte









É muito profundo o corte
Morte não é brincadeira
Quando não mata de foice
Ataca de roçadeira
Mata paciente e medico
Assistente e enfermeira

A morte é muito grosseira
Não possui acepções
Matou o Getulio Vargas
E outros de outras nações
E um poeta português
Conhecido por Camões

Mata os maus e os bons
Que tenham ou não tenham fé
Matou o Ailton Sena
E mata Xuxa e Pelé
Mata até o presidente
Não quer nem saber quem é

A morte dar pontapé
Tira a vida e dar a prova
Que mata o jovem e o velho
E a criancinha nova
Não tem homem que impeça
De ela lhe levar pra cova

Não quero me maldizer
Nem estou me maldizendo
Mas sendo para viver
Adoentado e sofrendo
É melhor querer morrer
Do que querer ta vivendo

A morte da uma sova
No sadio e no doente
Não respeita delegado
E nem um juiz valente
Ela mata qual quer um
Que passar na sua frente





Mata até o presidente
Da republica e senador
Mata príncipe e mata rei
Prefeito e governador
Todo mundo que ta vivo
Vai passar por sua dor

A morte tira o valor
De quem se acha granfino
Ela matou rui Barbosa
Tranquedo e Juscelino
E lampião que foi rei
Do cangaço nordestino

Mata adulto e menino
É pesada como um trem
Você que se acha rico
E muito dinheiro tem
É bom saber que a morte
Não se vende a seu ninguém

Até Dyane também
Que era uma linda princesa
A morte a trucidou
A pegando de surpresa
Dinheiro e fama não podem
Fazerem sua defesa

A morte deixa tristeza
Fora ou dentro do conflito
Matou Creópta que foi
A rainha do Egito
E Romeu e Julieta
No romance tão bonito

A marte mata em conflito
E faz alguém perecer
E mata quem ta na cama
Fazendo-lhe adoecer
Cientista se acha o Maximo
Mas também irar morrer

Pois quem tanto quis viver
Hoje de viver desiste
Quem tinha o sorriso alegre
Hoje chora e vive triste
Porque já esta vivendo
Como se não existisse


Se Deus dissesse você
Irar morrer nesse dia
O nervosismo atacava
A depleção me vencia
Preocupação me matava
Antes da hora eu morria

Minha matéria tremia
Eu deixava de ser forte
Era grande desespero
O azar vencendo a sorte
Se o ser humano soubesse
O dia da sua morte

Por riso dor vida e morte
Todo mundo vai passar
Que queira o homem ou não queira
Um dia vai se acabar
Teve começo tem fim
Pode sorrir ou chorar

Deus é bom não vai deixar
O ser humano saber
Da hora da sua morte
Do dia que vai morrer
Se o homem adivinhasse
Não sentiria prazer

Perde o gosto de viver
Quem sabe o dia da morre
O covarde se suicida
Quem é fraco toma porre
Mas quem crer na vida eterna
Diz assim Deus me socorre

O carro da morte corre
Na estrada do fim da vida
Se a matéria enferma diz
Eu não vou fazer partida
A morte sorri e diz
Você já esta vencida

Existe a morte e a vida
A partida e a chegada
Um que vai outro que vem
Dia noite e madrugada
Todo mundo um dia tem
O seu ponto de parada


Com a morte eu não quero nada
Sou seu pior inimigo
Nada quero com a morte
Ela é quem quer comigo
Porem eu só quero a vida
Sou o seu melhor amigo

A morte da me castigo
Joga-me na esparrela
Ela é quem me quer a força
Mesmo sem eu querer ela
Seu fosse amigo da morte
Talvez escapasse dela

Ao deus que tudo revela
Eu pediria esta sorte
Pra ser lembrado da vida
E esquecido da morte
Assim as duas deixava
Eu viver robusto e forte

Se todo mundo morresse
E ficasse só eu no mundo
E se Deus fizesse outra Eva
Da costela de Raimundo
Já que eu não fui o primeiro
Seria o Adão segundo

Ninguém ultrapassa Deus
Pois Deus é intransponível
Tem homem que quer ser grande
Mas coitado é perecível
Só meu Deus é multiforme
É visível e invisível

O tolo que nada sabe
Vive no mundo ilusório
Nem da fé que vai passar
E seu tempo é transitório
Porque o homem carnal
Tem o viver provisório

Quem já viveu muito alegre
Hoje se sente em seguro
Falta luz no seu presente
Onde olha ver escuro
Acha que não vale a pena
Acreditar no futuro


Em tudo sou decidido
Só sei dizer não ou sim
Melhor que um mau começo
Penso ser um feliz fim
Vindo de Deus tudo é bom
Deus não manda nada ruim

Estou como duas coisas
Que já não tem resultado
Como um barreiro sem água
Ou como um fogo apagado
Como pensa em recomeço
Quem já esta acabado

Tenho sido castigado
Pelo tempo e pela vida
Lutando para manter
A minha cabeça erguida
Quando tento levantar
Sofro uma recaída

A matéria perseguida
Por cansaço ou por doença
Estou como um réu que o mundo
Já ordenou a sentença
Mesmo sofrendo ou chorando
Em meu deus não perco a crença

A minha matéria tensa
A mim mesmo esta dizendo
Quem me dera ser quem fui
Pra não ser o que estou sendo
Só porque de pouco a pouco
Sinto que estou morrendo

Minha matéria precisa
De um lugar de descanso
Na cidade do silencio
Pra ir pra lá eu me avanço
Tenho fé em Deus que um dia
Este silencio eu alcanço

Pois quem não morre criança
De velho também não passa
Tanto faz grande ou pequeno
Se morrer perdeu a graça
Todo mundo é pó e cinza
O corpo é uma carcaça


Todo homem um dia morre
E faz a ultima partida
Toda matéria na cova
Acaba-se apodrecida
Só Jesus venceu a morte
E é o dono da vida

Pode ser imperador
Príncipe rei e presidente
Prefeito ou governador
Não é melhor que agente
Quem escapar da catástrofe
A morte pega na frente

Conheço um tipo de gente
Que baba o rico e recorre
A bajula e lambe os pés
Enche o saco como porre
E por ta perto dos grandes
Ele pensa que não morre

Não precisa me humilhar
Já sei que não sou de nada
Com meu organismo fraco
E a matéria cansada
Os dois pés perto da cova
Vendo a hora uma topada

Fui forte como um palácio
Hoje forte como tapera
Só resta trinta por cento
Do homem forte que eu era
Por isto a boca da cova
Faz tempo que me espera

Como escombros de crateras
Eu posso ser qualquer hora
Do ventre de mãe
Sai um dia pra fora
Porem pro ventre da terra
Eu posso voltar agora

Bate-me um forte cansaço
Por esta vivendo assim
Não sei se o ruim é bom
Ou se o bom é ruim
Se meu fim foi o começo
Se meu começo é o fim


Como casa sem reboco
Estou me sentindo agora
Cem por cento ruins por dentro
Do mesmo jeito por fora
Meu corpo sem estrutura
Assim se deteriora

É o mal me dando corte
E a fé dizendo viva
E a esperança falando
Deus é única alternativa
Porem a fragilidade
Traz opção negativa

Sei que a doença priva
O meu eu sentir prazer
Só um por cento de chance
Tenho pra sobreviver
Noventa e nove por cento
Diz que breve irei morrer

Como posso mostrar raça
Sem ter chance para nada
Estou como um carro velho
Com a direção quebrada
No meio de uma via
Interditando a estrada

Uma praça de parada
Da vida me obrigou
Estacionar pra sempre
Como um carro que quebrou
Deste transito o tempo é guarda
Que a multa me cobrou

Quem não quiser sorri chore
Mesmo acordado ou dormindo
Quando a tristeza se vai
Todo prazer é bem vindo
Eu abro as portas dos lábios
E lhe espero sorrindo

Alma princípio de vida
Espírito do corpo meu
Desencarnou-se do corpo
Que a matéria já morreu
Corpo desse a alma sobe
Assim sempre aconteceu


Se eu tivesse sem anos
Ainda vivia pouco
Também pra que viver muito
Se vivo sempre em sufoco
Não é bom pesar na morte
Para não terminar louco

Sou triste e pareço alegre
Sou fraco e pareço forte
Sou besta e pareço sábio
Sou mole e procuro a sorte
Já sorri pra não chorar
Mas o futuro é a morte

Pra cidade do alem
Breve estarei partindo
E um sono bem profundo
Sei que estarei dormindo
Sem poder me acordar
Nem sonhar um sonho lindo

Vou dormir um sono infindo
Sem poder me despertar
Se alma sair do corpo
Vai o corpo descansar
E a suada do mundo
Não vai me incomodar

O homem que ama anda
Atrás da mulher querida
Se todo trégua há descanso
Toda jornada é comprida
Quem morre finda a carreira
Quem nasce começa a vida

Esta vida é deste jeito
Tem desgosto permanente
Se a cobra engole o cassote
O leão come a serpente
A gente mata o leão
E a cova come a gente

Tudo nesta vida passa
O que vai mais nunca vem
Vovô morreu e passou
Eu morro e passo também
Foi vivo tem que passar
Pela morte ou por alguém


Sonhei que o mal estava
Em um lugar sem saída
Com sua matéria podre
E sua alma perdida
Procurando sem achar
A porta da outra vida

Vou me imortalizar
E me tornar imortal
Mesmo antes de entrar
No reino celestial
Morro materialmente
Mas não espiritual

Não há quem possa medir
O poder que Jesus tem
Deus fez o homem para amar
Não para matar ninguém
Quando o ser humano mata
Jesus não se sente bem

Eu sou imaginativo
Imagino bom e ruim
Fico até imaginando
A marte chegando assim
Apanha-me de surpresa
Sem eu perceber meu fim

Detesto a morte por que
Ela é enflore Cida
Mata o ser esquece o corpo
Deixa a alma e tira a vida
E a terra se aproveita
Da matéria apodrecida

A dentadura da terra
Deve ser muito amolada
A boca da cova é grande
Mastiga de uma colherada
Que a terra mastiga e come
Sem ter trabalho de nada

A morte destrói os planos
Quando assassina alguém
A morte que mata hoje
Breve vai morrer também
É que a morte sendo morta
Nunca mais mata ninguém


Eu queria que a morte
Pra sempre fosse vencida
A vida me da coragem
A morte me intimida
Dou carão vermelho à morte
E cartão branco pra ávida

Ela chega e atropela
O homem de sul ao norte
As balas não a perfura
Espada não lhe da corte
Voz de prisão não atende
Cadeia não prende a morte

Quando a morte chega arranca
Todo mal pela raiz
Não respeita delegado
Promotor e nem juiz
Preto branco rico ou pobre
Mata qualquer infeliz

O juiz que prende alguém
Em uma triste prisão
A morte também irar
Prender ele no caixão
E sua prisão perpetua
Vai ser de baixo do chão

Meu corpo é tão enfadado
Que já não consegue andar
A minha alma precisa
De um canto pra descansar
Deus queira que Jesus queira
De este mundo me levar

Eu sei que só Deus é justo
E sei que Jesus não erra
Na terra tem desengano
Angustia tristeza e guerra
Eu só quero ir para o céu
Porque enjoei a terra

Ninguém encontra alegria
Não há esperança e paz
Os pais não respeitam os filhos
Filhos não respeitam os pais
Por isto eu quero ir pro céu
Que o mundo não presta mais


A terra é um mausoléu
De desespero profundo
Tem aflição todo hora
Desgosto a todo segundo
Por isto Jesus pediu
Que ninguém amasse o mundo

Eu vi minha vó jazer
Na cama da sepultura
A morte lhe procurou
Matou e fez captura
Hoje a matéria se encontra
No tumulo de amargura

O corpo é o tira gosto
Que o corpo da terra engole
O homem pode ser bravo
Vendo a morte fica mole
Bole com o outro homem
Mas com a morte não bole

O golpe da morte é duro
Só Jesus passou na prova
Do jeito que morre o velho
Morre a criancinha nova
Quando o corpo perde a vida
Termina podre na cova

Canção titulo adoro a vida
Autor poete
Raimundo Nonato da Silva

Adoro a vida
Já que Deus me deu a vida
Eu quero viver a vida
Eu amo a vida de mais
Quem não quer vida
Por favor, não tire a vida.
De quem quer viver a vida
Que quem quer vida quer paz

Só um otário
Bota a arma no ouvido
Despira e da um gemido
E sobre o chão duro cai
Porque a alma
De quem tira a própria vida
De Deus será esquecida
Pro inferno direto vai

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