Poeta Raimundo Nonato

terça-feira, 13 de abril de 2010

Os passarinhos

Os passarinhos
Poeta Raimundo Nonato da Silva

Quem engaiola um canário
Um Graúna ou um vem-vem
Dê liberdade pro pássaro
Olhe escute e veja bel
Não faça do pássaro um réu
Sem ele ofender ninguém

Eu tenho pena de mais
Quando vejo um passarinho
No viveiro ou na gaiola
Sem liberdade e sozinho
Deus lhe fez para voar
Pra cantar e ter um ninho

A lua clareia a noite
De dia o sal é aceso
Mas quem prende um passarinho
Na consciência tem peso
Quem Deus fez para ser livre
Não era para estar preso

O passarinho parece
Um cantador de viola
O pássaro enfeita a floresta
Com a sua cantarola
Deus não gosta de quem prende
O pássaro numa gaiola

Se lembre que a floresta
Tem o ar mais belo e puro
Quem polui a natureza
Espere que no futuro
Deus vai cobrar sua conta
Com correção e com juro

Se a mata fosse minha
O rio, o lago e a fonte.
Talvez existisse hoje
Verde colorindo o monte
E todo mundo sonhava
Com um bonito horizonte









Se a mata fosse minha
Eu zelava até de mais
Mandava varrer a cama
Onde dorme os animais
Porque os brutos precisam
Dormi na cama da paz

Se a mata fosse minha
Eu mandava alguém cercar
Com uma grande muralha
E manda eletrificar
As paredes pra dar choque
Em quem quer lhe devastar

Não mate um sabiá
E nem outro passarinho
O cantador da floresta
Só quer amor e carinho
Não faz o mal pra ninguém
Mas alguém destrói seu ninho

Se a mata fosse minha
Lá tinha alegria e festa
Os animais tinham paz
Pássaro fazia seresta
E o homem sem coração
Não devastava a floresta

Se a mata fosse minha
E se eu mandasse nela
Se alguém pegasse um machado
Pra cortar uma árvore bela
Eu cortava os pés de quem
Quer cortar a raiz dela

Se a mata fosse minha
Não seria devastada
Ninguém destruía as árvores
Não existia queimada
Como a mata não é minha
Eu não posso fazer nada






Se a mata fosse minha
O monte a montanha e a serra.
Eu enfeitava o vergel
E fazia um céu na terra
Não tinha poluição
E ninguém falava em guerra

Todo mundo se acaba
Porque tudo é ilusão
Quem cortar a oiticica
Do bebedor do pinhão
É mesmo que ter cortado
No meio o meu coração

Na sombra da oiticica
Mamou criança e bezerro
Matar uma árvore daquela
Seria mais que um erro
Até quem derrubar ela
Vai chorar triste no enterro

Coisa de antiecológico
Isso ai não justifica
Se um dia alguém matar
Aquela grande oiticica
Destruiu um ponto histórico
E matou uma sombra rica

Tudo mundo se acaba
Tudo no mundo se finda
Quem matar a oiticica
Que tem a sombra tão linda
Tem o coração de monstro
Não conheceu Deus ainda

Não sei quem morre primeiro
Se é a oiticica ou eu
Mais se ela morrer primeiro
Morre um pedaço meu
E se alguém matar ela
Pode crer que me ofendeu

Eu vou pedir ao IBAMA
E ao governo da nação
Pra preservar a natura
E dar muita proteção
A minha amiga oiticica
Do bebedor do pinhão


O beija flor colibri
Aproveita-se da rosa
Beija uma flor e outro
E escolhe a mais cheirosa
Pelo o cheiro ele conhece
A fragrância mais gostosa

A tela da natureza
Mostra o matagal ferido
A nossa mãe morre aos poucos
O mundo estar poluído
Todos esperando a volta
Do Messias prometido

Há muitas tribos de índios
Por este Brasil tão vago
São vitimas dos homens maus
Que fizeram grande estrago
Nos campos da natureza
Poluindo rio e lago

O ar é indispensável
Pra todos os seres do chão
Pois do ar é que depende
A nossa respiração
Pela boca e o nariz
Entra e sai do pulmão

O ar ta na atmosfera
E na água de beber
No nosso corpo e nas plantas
Dá pra gente perceber
É invisível e sem ele
Não há quem possa viver

No solo se planta e cria
Como fez os meus avós
É indispensável aos seres
Digo até em alta voz
E nele cresce as plantas
Que alimenta todos nós

Faço uma pergunta aos homens
Do mundo em todo lugar
O que seria do homem
Sem água árvores e o ar
Só com as ganâncias deles
Ninguém podia escapar

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